quinta-feira, 23 de julho de 2015

MMA avalia projeto de referência no Ceará

Francisco Campello/MMA
Manejo sustentável: presente no Econormas
Projeto Econormas desenvolve estratégias que conciliam o conhecimento gerado pela academia a práticas que mantém a perseverança do sertanejo
Por Marta Moraes – Editor: Marco Moreira
O município de Irauçuba, a 168 km de Fortaleza, com 25 mil habitantes, conhecido no estado pela produção artesanal de redes, é o único município do Brasil a ter uma Política e um Plano de Ação Municipal de Combate à Desertificação.

Lá acontece o Projeto Econormas - Apoio ao Aprofundamento do Processo de Integração Econômica e ao Desenvolvimento Sustentável do Mercosul, implantado numa parceria do Ministério do Meio Ambiente (MMA) com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), União Europeia no âmbito do Mercosul, no qual são desenvolvidas estratégias e boas práticas de conservação e uso sustentável dos solos e dos recursos naturais.
Foi exatamente o pioneirismo de Irauçuba em elaborar uma política local para o tema que levou o município a ser escolhido pelo Projeto Econormas. De acordo com o diretor do Departamento de Combate à Desertificação do MMA, Francisco Campello, as ações realizadas pelo município cearense são referência. “A gestão ambiental sustentável (desenvolvida pelo MMA), em parceria com o Fundo Clima, o Programa Água Doce e o Projeto Econormas, fortalece as ações do município nas áreas susceptíveis à desertificação”, afirmou.
AVALIAÇÃO
O diretor do MMA participou, nesta quinta-feira (16/07), de evento realizado no município para avaliação da implantação do projeto, numa ação que contou com apoio do IICA, da Fundação Araripe e do Instituto Cactos. Na ocasião, foi apresentado o zoneamento ecológico-econômico (ZEE) de Irauçuba, elaborado pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), com apoio do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS).
Durante o evento, Campello enfatizou que as iniciativas do projeto em Irauçuba demonstram que o combate à desertificação se dá por meio da implantação de boas práticas de convivência com o semiárido. “Essas ações locais tornam-se estratégicas e, permanentes, quando associadas às políticas públicas. Como no caso específico das ações do Água Doce e do PAN Desertificação e dos planos Estaduais e Municipal”, afirmou.
PRINCIPAIS AÇÕES
Em Irauçuba o projeto vem beneficiando as comunidades de Mandacaru, Aroeira e Cacimba Salgada, com instalação de dessalinizadores de água doce; barragens de pedra seca em arco romano deitadas e cordões de pedra; quintais produtivos; apicultura e meliponicultura; cisternas; fogões ecológicos; viveiro de plantas frutíferas e ornamentais e nativas para forragem; girau para produção de verduras; e curtume a seco; entre outras ações voltadas ao manejo sustentável das paisagens.
“Presenciamos o sucesso das práticas desenvolvidas no município no projeto. Mas também fazemos a nossa parte. Temos lei, fundo municipal, plano, política de combate à desertificação, projetos e estudos. Temos visto nas comunidades a felicidade das pessoas contempladas no projeto com cisternas, fogão ecológico, por exemplo. O projeto ajuda a população a pensar diferente, a fazer diferente, e tem contribuído muito para a qualidade de vida das pessoas do município”, destacou José Mota, prefeito de Irauçuba.
A ação em Irauçuba é parte de uma estratégia do Mercosul envolvendo quatro países: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, que tem como objeto maior contribuir para o alinhamento dos planos nacionais de Combate à Desertificação com a Estratégia Decenal da Convenção de Combate à Desertificação (UNCCD), órgão das Nações Unidas para o tema. A iniciativa, que será apresentada na Conferência das Partes 12 (COP12) da UNCCD, a ser realizada em outubro, na Turquia, recebeu esse ano o certificado do programa DrylandChampions, da UNCCD.
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA) – (61) 2028.1165